ELISEU VISCONTI
BREVE BIOGRAFIA
(Giffoni Valle Paina, Itália, 1866 - Rio de Janeiro, 1944)
Eliseu d'Angelo Visconti nasceu em Salerno, Itália, vindo menino para o Brasil. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia Imperial de Belas Artes, onde foi discípulo de Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, José Maria de Medeiros e Victor Meireles.
Vencei em 1892 o primeiro concurso da república para o prêmio de viagem ao estrangeiro, da Escola Nacional de Belas Artes, seguindo no ano seguinte para a França. Aprovado no processo de admissão da École Nationale et Speéciale des Beaux-Arts, abandona essa conservadora Escola ainda em 1894 e inscreve-se na École Guérin, onde foi aluno de Eugéne Grasset, considerado uma das mais destacadas expressões do Art Nouveau. Frequenta também a Academia Julian, tendo como mestres Bouguereau e Ferrier. Do temperamento inquieto e espírito aberto às inovações, Visconti mostra, em importantes trabalhos do período de sua formação na França, Influência dos movimentos simbolista, impressionista e art-nouveau.
Realizou sua primeira exposição individual em 1901, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde, além das telas a óleo, expôs trabalhos de arte decorativa e de arte aplicada às indústrias, resultado de seu aprendizado com Grasset. Sua produção nesse campo situa-o como introdutor do art-noveau nas artes gráficas do Brasil. Desenhou selos, ex-libris, cerâmicas, tecidos, papéis de parde, cartazes e luminárias.
Aquela primeira exposição de Visconti, que teve boa acolhida apenas entre os críticos da época, seria em parte responsável pelo convite que lhe fez o Prefeito Pereira Passos para executar os trabalhos de decoração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, realizados em Paris. E, durante esses períodos de permanência na França, no início do século XX, Visconti assimila definitivamente as lições do impressionismo, incorporadas essencialmente às paisagens de Saint Hubert.
De volta ao Brasil, outra luminosidade e outras cores exerceriam influência sobre ele, levando-o a criar um impressionismo próprio, retratando em suas paisagens de Teresópolis, cheias de atmosfera luminosa e transparente, de radiosa vibração tropical. Para Mário Pedrosa, com as paisagens de Saint Hubert e de Teresópolis, Visconti é "o inaugurador da pintura brasileira, o seu marco divisório. Nasce uma nova paisagem na pintura do Brasil. Ninguém na pintura brasileira tratou com idêntica maestria esse tema perigoso da luz tropical".
Trabalhador incansável e artista de vanguarda produziu obra de valor universal, utilizando como instrumental, ao longo de suas diversas fases, técnicas e influências naturalistas, renascentistas, realistas, pontilhistas, impressionistas e neo-realistas. Falecido em 15 de outubro de 1944, sua atualidade permanece, retratada em obras com tal grau de versatilidade que, se o colocaram como o mais legítimo representante do impressionismo e figura exponencial no surgimento da pintura moderna, revelam-no também como pioneiro do design em nosso país.
VEJA
Nicéas Romeo Zanchett
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